No último dia 6 de julho, Adauto do Nascimento Gonçalves, de 33 anos, o Pitbull, deixou o Instituto Penal Edgard Costa após receber o benefício de Visita Periódica ao Lar. Não voltou mais para a cadeia. Depois, foi visto na Favela do Dique, em São João de Meriti, onde se juntou a um grupo de dez bandidos armados de fuzis. Há cerca de um mês, a quadrilha chegou na Zona Sul e fez de seu quartel general o Vietnã, parte mais alta da favela do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, onde, há quatro anos, uma UPP foi instalada. PMs da unidade e moradores contaram ao EXTRA que não conseguem mais circular pelo local.
Pitbull nasceu no Pavão-Pavãozinho e chefiava o tráfico no morro até 2008, quando foi preso. Ele chegou à favela para reassumir o cargo após a prisão de Anderson Camilo Fortunato, de 29 anos, o Batoré, que ocupava o posto mais alto na hierarquia da quadrilha, no último dia 10 de outubro, numa casa de shows na Barra da Tijuca. O bandido é o principal alvo do inquérito da 13ª DP (Ipanema) que, há cinco meses, investiga o tráfico na favela e, agora busca identificar os outros integrantes do grupo.
Desde a chegada da quadrilha, dois tiroteios entre bandidos e PMs aconteceram na quinta e última estação do plano inclinado — local determinado pelos traficantes como fronteira do território do tráfico. No último confronto, dia 24, um morador identificado como Thomas Rodrigues Martins, de 32 anos, apontado como traficante por PMs, morreu. Oito bandidos com fuzis atiraram contra a polícia na ocasião.
Uma semana antes, quando quatro policiais chegavam à quinta estação para checar uma denúncia anônima de som alto dentro de um barraco, um grupo de seis bandidos abriu fogo. Os PMs fugiram e não houve feridos. Segundo informações da 13ª DP, Pitbull porta um fuzil, participou de ambos os tiroteios e saiu ferido do segundo confronto.
Por esse motivo, desde então, ele e seu bando não saíram mais do Vietnã, onde o bandido se recupera. Até o dia 24, entretanto, ele saía regularmente do Pavão para ir até a Baixada.