Insatisfeita com a pensão alimentícia de R$ 700 que recebia do fiscal pelo filho que eles têm, a ex-amante de Magalhães, Vanessa Carolina Alcântara, aparece em vários trechos de escutas feitas durante a investigação da suposta quadrilha. De acordo com o MPE, o auditor tinha renda estimada em até R$ 80 mil por semana com o esquema. Por causa disso, ela ameaçava delatá-lo e chegou a citar 14 pessoas que iria denunciar. Em uma das ameaças, afirmou que falaria sobre a época em que eles contaram R$ 200 mil em notas no tapete da sala do apartamento da Tuim. Ela disse também, em diálogo gravado em 4 de julho, que denunciaria o ex-companheiro para diversos secretários de governo de Haddad, e novamente cita Donato. Nas escutas divulgadas ontem, Magalhães diz desconhecer o secretário.
As informações devem ser repassadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime de Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro (Gedec) para a Promotoria Eleitoral. Entretanto, se o crime eleitoral ocorreu, já está prescrito de acordo com a legislação. Donato também foi apontado pelo secretário Jilmar Tatto, de Transportes, como responsável pela manutenção do ex-secretário de Arrecadação da Secretaria Municipal de Finanças, Ronilson Bezerra Rodrigues, em cargos de diretoria da atual gestão. Em entrevista, Donato negou a indicação e disse que a nomeação foi feita por Marcos Cruz, secretário de Finanças, mas reconheceu que sugeriu o servidores para Cruz por considerá-lo um técnico capacitado, que ele conhecia por ter mantido contato profissional na época em que presidiu a Comissão de Finanças da Câmara.